Quando criança eu me deliciava com histórias em quadrinhos. Os cativantes manuais do escoteiro mirim (coleção que eu tenho completa), as aventuras do Tio Patinhas em busca de tesouros, ou mesmo as jornadas de Conan o bárbaro eu percebia uma coisa: a aventura estava no meu sangue.
Os anos passavam e com ele as leituras foram se transformando. Entre os meus preferidos figuravam A Ilha do Tesouro de Louis Stevenson e Robson Crusoé de Daniel Defoe. Quantas tardes não passei na varanda deitado na rede e aproveitando a luz do sol para ler essas duas obras. Ao anoitecer me imaginava nas mesmas situações que estas personagens.
O tempo continou sua marcha inexoravel e aos poucos, o elo que unia fantasia e realidade foi se perdendo. A magia infantil era aos poucos consumida pelas obrigações do mundo adulto.
Minha inquietação foi provocada por Fernando Pessoa: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Me vi como um jovem típico da classe média, sonhando em viver mil aventuras mas me limitando a academia, natação, tae kwon do e caminhadas na própria cidade. Foi então que, arrebatado por um espírito nostálgico, relembrei-me das fantasias de criança nas letras de Stevenson e Defoe. Fui até a biblioteca para rever os velhos clássicos. Só lá me dei conta de como minha essência aventureira foi sufocada e limitada aos livros. Quantos títulos sobre jornadas e viagens estavam ali guardados: A volta ao mundo em 80 dias de Júlio Verne, O Diário de um Mago de Paulo Coelho, 100 dias entre o céu e o mar e Mar sem fim de Amyr Klink, Sete anos no Tibet de Heinrich Harrer, As viagens de Gulliver de Jonathan Swift, Che Guevara de Jorge Castañeda além de uma antiga e vasta coleção de National Geographics.
Mas graças ao Fernando Pessoa fiquei inquieto, ávido por viver as aventuras sonhadas e não correr o risco de ficar "à margem de mim mesmo."
Pensei em outros exemplos. Em frases que inspiram as pessoas a saírem de seu confortavel ritual diário e se lançarem a uma aventura como a nossa. A inspiração vem do esporte e dos poetas. Selecionei algumas:
Os anos passavam e com ele as leituras foram se transformando. Entre os meus preferidos figuravam A Ilha do Tesouro de Louis Stevenson e Robson Crusoé de Daniel Defoe. Quantas tardes não passei na varanda deitado na rede e aproveitando a luz do sol para ler essas duas obras. Ao anoitecer me imaginava nas mesmas situações que estas personagens.
O tempo continou sua marcha inexoravel e aos poucos, o elo que unia fantasia e realidade foi se perdendo. A magia infantil era aos poucos consumida pelas obrigações do mundo adulto.
Minha inquietação foi provocada por Fernando Pessoa: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Me vi como um jovem típico da classe média, sonhando em viver mil aventuras mas me limitando a academia, natação, tae kwon do e caminhadas na própria cidade. Foi então que, arrebatado por um espírito nostálgico, relembrei-me das fantasias de criança nas letras de Stevenson e Defoe. Fui até a biblioteca para rever os velhos clássicos. Só lá me dei conta de como minha essência aventureira foi sufocada e limitada aos livros. Quantos títulos sobre jornadas e viagens estavam ali guardados: A volta ao mundo em 80 dias de Júlio Verne, O Diário de um Mago de Paulo Coelho, 100 dias entre o céu e o mar e Mar sem fim de Amyr Klink, Sete anos no Tibet de Heinrich Harrer, As viagens de Gulliver de Jonathan Swift, Che Guevara de Jorge Castañeda além de uma antiga e vasta coleção de National Geographics.
Mas graças ao Fernando Pessoa fiquei inquieto, ávido por viver as aventuras sonhadas e não correr o risco de ficar "à margem de mim mesmo."
Pensei em outros exemplos. Em frases que inspiram as pessoas a saírem de seu confortavel ritual diário e se lançarem a uma aventura como a nossa. A inspiração vem do esporte e dos poetas. Selecionei algumas:
Amyr Klink
"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV.
Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto.
Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver"
Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto.
Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver"
Mario Quintana
"A gente sempre deve sair à rua
como quem foge de casa,
como se estivessem abertos diante de nós
todos os caminhos do mundo"
Sir Edmund Hillary
"Não foi a montanha que conquistamos, mas a nós mesmos."Edmund Hillary junto com Tenzing Norgay, foram os primeiros a subirem o monte Everest, em 1953.
E foi assim, como descreveu Sir Edmund Hillary que nos sentimos ao vencer os 80 quilômetros de litoral. Como se tivessemos conquistado a nós mesmos.
E foi assim, como descreveu Sir Edmund Hillary que nos sentimos ao vencer os 80 quilômetros de litoral. Como se tivessemos conquistado a nós mesmos.
Henry David Thoreau
"Fui para os bosques viver de livre vontade,
Para sugar todo o tutano da vida…
Para aniquilar tudo o que não era vida,
E para, quando morrer, não descobrir que não vivi!"
Para sugar todo o tutano da vida…
Para aniquilar tudo o que não era vida,
E para, quando morrer, não descobrir que não vivi!"